Mai Otome, série derivada de Mai Hime (que eu não vi ainda), trata de uma adolescente, Arika, que chega a uma academia de Otomes, e que lá trava amizade com outras meninas que carregam o mesmo sonho que ela.... Ok, o splot não empolga muito e o começo é meio school-life, parece anime de menina. Mas acaba valendo pelas risadas - muitas risadas. Mas o negócio começa a ganhar uma profundidade insana, e de repente percebe-se a caracterização de anime como um drama shounen.
Vamos lá. Arika é orfã, e só com o passar dos episódio, com imagens recuperadas em memória por outros personagens, é que começamos a perceber a real história da menina. Criada pela avó, ela fica sabendo que sua mãe era uma famosa Otome, mulheres guerreiras que tiram seu poder de contratos 'mágicos' pactuados com chefes de estado mundo afora. Elas servem como chefes do exército, mas são capazes de causar mais dano que o próprio exército, materializando armas, voando, etc., graças a Mantos criados por nanomáquinas implantadas em sua corrente sanguínea. A contrapartida dessa relação com os chefes de estado é que mestre e otome compartilham os danos da batalha. Se um morrer, o outro morre também. Essa tecnologia é proveniente de remanescentes terráqueos que eras antes chegaram ao planeta onde se passa a história. E é essa tecnologia, restrita à academia otome, que causa a crise que guiará o anime. Se a tecnologia que permite a existência das otomes fosse espalhada, muitos males poderiam ser evitados, bem como muitos males poderiam ser atiçados. Então há uma cisão no entendimento do que é feito, e do que deveria ser feito com essa tecnologia.
Mas eu me perdi em algum momento ^^". Arika vai, então, à academia, e lá, após muitas confusões, consegue uma vaga. Suas colegas de quarto são Nina Wong, filha adotiva de um general de um país vizinho e que odeia Arika por não ter precisado passar pelas duras provas seletivas da academia; e Erstin, menina misteriosa e aparentemente meio parva, protagonista de uma das cenas mais dramáticas da série. A improvável amizade que surge entre elas, os desencontros e as desgraças que acompanham suas vidas ditarão os rumos do futuro do mundo.
Outro ponto é que durante todo o anime, a pergunta frequentemente feita é: O que é uma Otome? E eu percebi que as respostas, quando havia resposta, eram sempre diferentes, já que o ser algo está dentro de cada um de nós. Mas fui percebendo que uma otome é um poder. E o poder geralmente corrompe. Entenda, elas não são o poder em si, mas o instrumento. É como o Um Anel de Sauron. Ele por si só não é poder, mas possui-lo aparentemente indica ter o poder. E todos querem ter uma Otome, e se não for possível, roubar o poder que elas usam.
Outra característica, que no início é meio estranha pela classificação do anime, é a tensão sexual entre os personagens, primeiramente notado entre as alunas e professoras da academia. Pensei nisso como o escancarar de portas do que ocorre em um santuário feminino, afinal elas são como que sacerdotizas, e a energia sexual adolescente ali deve acabar sendo canalizada para alguma coisa, não? Mas então a coisa descamba para fora dos círculos acadêmicos. Entenda-se aqui que não há menção nenhuma à coisa, e pouquíssimas insinuações. Não é esse o tema do anime. Há relação homossexual entre 2 personagens importantes, mas nada é descarado. Aliás, no anime o sexo é relacionado de duas formas, como acontece na realidade: como maneira de expressar o amor; e como maneira de obter ganhos políticos. A verdade nua e crua, com o perdão do trocadilho.
Resumindo, é um anime que surpreende, empolga, bem acima da média, e que os levará a buscar a sequência Mai Zhime Zwei, e a prequência Mai Otome S.ifr. Seguem as duas aberturas, que já foi dito que a abertura diz o anime a que vem. Abraços.